NA LUTA CONTRA A DENGUE: Avanços, desafios e soluções na prevenção e controle da doença
A recente redução na incidência da dengue no Brasil traz um vislumbre de alívio, mas não podemos baixar a guarda. No último dia 3, o Ministério da Saúde (MS) anunciou que vinte estados brasileiros registram estabilidade ou declínio nos casos da doença, porém, é crucial manter a vigilância, já que o pico dos casos ainda não foi oficialmente declarado encerrado.
Até a Semana Epidemiológica (SE) 13 de 2024, o país registrou 2,6 milhões de casos prováveis de dengue, com 991 óbitos confirmados e 1,4 mil em investigação. Além disso, 11 estados e 465 municípios decretaram estado de emergência devido à situação.
Diante dos números alarmantes, é evidente a urgência de adotar medidas preventivas para conter a propagação da doença. Não sabe por onde começar? Que tal finalizando esta leitura?
Dengue: Uma doença milenar
A dengue se constitui na virose humana mais prevalente no mundo, sendo predominante em regiões tropicais e subtropicais, com exceção da Europa. Caracterizada por um padrão sazonal, a doença apresenta um aumento do número de casos e um maior risco de epidemias durante períodos quentes e úmidos. Essas condições, especialmente entre os meses de outubro e maio, propiciam um ambiente favorável para a proliferação do mosquito transmissor da doença.
A história da dengue remonta a séculos atrás, com as primeiras descrições da doença registradas na enciclopédia chinesa entre 265-420 d.C. O vírus foi posteriormente isolado no Japão em 1943 e em Calcutá em 1944. As primeiras grandes epidemias de dengue foram testemunhadas nos continentes asiático, africano e americano entre os anos de 1779 e 1780 e a primeira epidemia documentada de dengue hemorrágica ocorreu em 1953, nas Filipinas.
No Brasil, a dengue fez sua primeira aparição documentada clinicamente e laboratorialmente entre 1981-1982 em Boa Vista, Roraima. Posteriormente, em 1986-1987, o Rio de Janeiro enfrentou uma epidemia de grandes proporções, que assolou a cidade. Desde então, novas epidemias têm surgido em diferentes estados, destacando a contínua luta contra essa doença.
Mas o que exatamente é a dengue e como essa enfermidade consegue se disseminar com tamanha velocidade?
Entendendo a Dengue
A dengue é uma doença viral que se destaca como uma das mais transmitidas por mosquitos no continente americano. Ela é caracterizada por ser uma infecção febril aguda, ou seja, causa febre repentina e outros sintomas. Sua evolução geralmente é benigna, o que significa que na maioria dos casos não apresenta complicações graves. Pode se manifestar de forma assintomática ou com uma ampla gama de sintomas clínicos, que vão desde sintomas leves e de baixa gravidade até formas graves, que podem progredir para choque circulatório e até mesmo resultar em óbito.
Existem quatro principais formas clínicas da dengue. Nos casos mais leves, com sintomas estáveis e poucas complicações, a recuperação pode ocorrer em até duas semanas. No entanto, em casos mais graves, pode haver ocorrência de hemorragias em diferentes partes do corpo, o que aumenta consideravelmente a gravidade e o risco de mortalidade associados à doença.
A Dengue Clássica (DC) é a forma mais comum da doença, incluindo sintomas como febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, dor atrás dos olhos, fadiga e erupções cutâneas. Geralmente, os pacientes se recuperam após alguns dias de repouso e cuidados médicos básicos.
Em alguns casos, a dengue pode se tornar mais grave, levando a complicações. Os sintomas da Dengue com Complicações (DCC) podem incluir sangramento nasal, sangramento das gengivas, dor abdominal intensa, vômitos persistentes e dificuldade respiratória. É importante buscar atendimento médico imediato para evitar complicações mais sérias.
A Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) é a forma mais grave da doença, caracterizada por sangramento severo, queda na contagem de plaquetas, vazamento de fluido dos vasos sanguíneos e danos aos órgãos. Sem um diagnóstico precoce e tratamento adequado em tempo hábil, pode progredir, resultando em uma súbita queda na pressão arterial, causando falência de órgãos e choque circulatório. Nesse estágio, a doença é conhecida como Síndrome do Choque da Dengue (SCD), que está fortemente ligada a uma alta taxa de mortalidade e requer atendimento médico de urgência.
O vilão dos trópicos: Aedes aegypti
A dengue é causada por um tipo de vírus chamado arbovírus, pertencente ao gênero flavivírus e à família flaviviridae, que é transmitido principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti. Este tornou-se uma das criaturas mais temidas nos trópicos, especialmente nas áreas urbanas. Apesar de originário da África, o Aedes aegypti encontrou condições ideais para prosperar em regiões de clima quente e úmido ao redor do mundo.
Este inseto é o vetor responsável pela transmissão de diversas doenças virais graves, incluindo a dengue, a febre chikungunya e a febre zika. O seu ciclo de vida é relativamente curto, variando de 45 a 60 dias, e seu hábito diurno o torna um predador incansável durante as primeiras horas da manhã e no final da tarde.
Nos tornamos vítimas fáceis de suas picadas quando deixamos recipientes com acúmulo de água, uma vez que o Aedes aegypti se reproduz em águas estagnadas. O mosquito se reproduz quando a fêmea deposita seus ovos em água parada, onde eles eclodem e se transformam em larvas. Esse processo, desde a eclosão do ovo até o surgimento do mosquito adulto, leva cerca de 10 dias, mas pode ser acelerado por fatores como a temperatura ambiente. O que é surpreendente é que os ovos podem permanecer viáveis por até um ano fora da água, aguardando as condições ambientais adequadas para eclodir.
O processo de infecção do mosquito ocorre quando ele se alimenta do sangue de um indivíduo de uma pessoa infectada que está na fase de viremia, um período que se inicia um dia antes do aparecimento da febre e dura até o sexto dia de doença. O vírus se instala nas glândulas salivares do mosquito, onde se multiplica e permanece, tornando o mosquito infeccioso durante toda a sua vida. Quando uma fêmea infectada pica uma pessoa saudável, ela transmite o vírus junto com a sua saliva. A fêmea também pode transmitir o vírus para sua prole por meio da transmissão transovariana, contribuindo para a propagação contínua da doença.
Após a picada, o vírus entra nas células do hospedeiro humano, onde se replica e se dissemina pelo organismo, desencadeando a fase de viremia. Embora os locais exatos de replicação viral não sejam completamente compreendidos, os principais alvos do vírus parecem ser o sistema linfático, pulmões e fígado.
Combate à Dengue: Vacinação e medidas preventivas
Em 21 de dezembro de 2023, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a disponibilizar a vacina contra a dengue pelo sistema público de saúde, através da sua inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS). Esta medida representa um avanço significativo, proporcionando uma importante ferramenta para o SUS no combate à dengue, além de contribuir para a classificação da doença como mais uma que pode ser prevenida por imunização.
Apesar da disponibilidade da vacina contra a dengue, o controle do mosquito Aedes aegypti continua sendo o método principal de prevenção e controle não apenas para a dengue, mas também para outras doenças transmitidas por esse vetor, como a chikungunya e Zika. Isso pode ser alcançado através de estratégias como o manejo integrado de vetores e medidas de prevenção pessoal dentro dos domicílios.
Além das medidas implementadas pelos agentes de saúde, o Ministério da Saúde sugere algumas medidas preventivas que a população pode adotar para auxiliar no combate à dengue. Entre essas medidas, estão o uso de telas nas janelas, aplicação de repelentes, remoção de recipientes que possam se tornar criadouros de mosquitos, vedação dos reservatórios e caixas de água, e desobstrução de calhas, lajes e ralos. Por fim, a participação ativa na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue, conduzidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), favorece a contenção da propagação do mosquito transmissor e reduz o risco de epidemias.
Faça a diferença no combate à Dengue: Estratégias de proteção
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Conclusão
Diante da batalha incessante contra a dengue, é importante reconhecer tanto os desafios quanto as soluções que estão ao nosso alcance. Embora tenhamos testemunhado uma recente diminuição na incidência da doença no Brasil, precisamos manter a vigilância e ações preventivas, considerando que ainda não atingimos o fim do pico de casos.
Cada indivíduo, a partir de práticas simples de prevenção e proteção, pode contribuir para a redução da propagação da doença. Ao implementar medidas preventivas e incentivar a conscientização sobre a importância da proteção contra mosquitos, podemos criar um ambiente mais seguro e saudável para todos. Juntos, podemos fazer o sonho da dengue não representar mais uma ameaça à saúde pública se transformar em realidade.
Referências
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