ALÉM DA CONSCIENTIZAÇÃO: Ações preventivas contra o Câncer

06 / 02 / 2024
Cuidados com a pele
Por Marina Giuliani da Costa

No cenário de saúde do Brasil, as doenças não transmissíveis lideram as estatísticas de mortalidade, abrangendo desde complicações cardiovasculares e respiratórias até enfermidades do aparelho digestivo e diabetes. Nesse contexto, os diversos tipos de câncer aparecem como figuras complexas e intrigantes, despertando preocupações não apenas pela sua presença significativa nas estatísticas, mas também pelo labirinto de desafios que apresenta.

O câncer é um enigma que não apenas afeta o corpo, mas tece histórias emocionais e experiências únicas. Entretanto, neste texto, queremos mostrar que existem formas de evitar a assustadora realidade do diagnóstico. A fim de desfrutar de uma vida saudável e duradoura? Nos acompanhe até o último ponto final!

Prevenção do Câncer: Desvendando os fatores de risco

Desgastante e avassalador, o câncer impacta a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias. Caracterizado pelo crescimento descontrolado e invasivo de células no organismo, esse grupo de doenças apresenta intensos efeitos colaterais causados por tratamentos como a quimioterapia e desafios emocionais, incluindo o medo da morte, ansiedade e depressão. O processo de diagnóstico, tratamento e recuperação é tanto física quanto emocionalmente árduo.

O câncer é uma doença complexa e multifatorial, suas causas variam entre mutações genéticas e fatores externos, como o consumo de tabaco e álcool, o fumo passivo, a obesidade, o sedentarismo, a poluição, a exposição excessiva ao sol, distúrbios crônicos e a carne processada.

Tabagismo

O tabagismo é uma das principais causas evitáveis de câncer. Os produtos químicos presentes no cigarro causam danos ao DNA das células, aumentando significativamente o risco de câncer de pulmão, boca, garganta, esôfago, pâncreas, bexiga, entre outros. Os carcinógenos do tabaco ainda podem ser absorvidos pelo sangue, afetando órgãos distantes dos pulmões.

Em relação ao câncer ligado ao tabagismo, cessar o hábito de fumar é a melhor opção. Programas de cessação tabágica, suporte psicológico, medicamentos e opções naturais podem ser recursos úteis nesse processo. A educação contínua sobre os perigos e restrições ao acesso também são componentes cruciais para a prevenção.

Alcoolismo

O consumo excessivo de álcool é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer. O álcool pode ser convertido no organismo em substâncias químicas que danificam o DNA das células, levando a mutações e ao crescimento descontrolado. O álcool também interfere nas funções do fígado, aumentando o risco de cirrose, uma condição que está associada a um maior risco de câncer de fígado.

A prevenção do câncer relacionado ao alcoolismo envolve a moderação no consumo de álcool. Limitar a ingestão de bebidas alcoólicas, adotando padrões saudáveis de consumo, é fundamental. A conscientização sobre os riscos associados ao excesso de álcool e o acesso a recursos de apoio para aqueles que lutam contra o alcoolismo são passos importantes na prevenção.

Obesidade

Uma dieta pobre em nutrientes, com baixo consumo de frutas, vegetais e fibras, e rica em alimentos processados, ricos em gorduras saturadas e açúcares, contribui para a obesidade. 

Nesse sentido, o consumo regular de carne processada, como salsichas, presuntos e bacon, também está associado ao desenvolvimento da obesidade e, consequentemente, um aumento no risco de câncer, principalmente no cólon e no reto. O processo de fabricação desses alimentos pode gerar substâncias químicas carcinogênicas, como nitrosaminas. A alta quantidade de gorduras saturadas e aditivos presentes nessas carnes também contribuem para a inflamação crônica e favorecem um ambiente propício para o desenvolvimento de células cancerígenas.

Um indivíduo obeso apresenta o tecido adiposo (responsável pelo armazenamento de gordura) em excesso, provocando a produção de hormônios e substâncias inflamatórias que podem promover o crescimento de células cancerígenas. A obesidade também está associada a condições como diabetes tipo 2, que aumenta o risco de certos tipos de câncer, como o câncer de cólon e o câncer de mama pós-menopausa.

A prevenção da obesidade e seus potenciais efeitos cancerígenos envolve a adoção de um estilo de vida saudável. Priorizar alimentos nutritivos, como frutas, vegetais e fibras, evitando excesso de gorduras saturadas, açúcares e alimentos processados, bem como praticar regularmente atividade física são passos essenciais. O BioMAMPs® Akkermansia também é uma ótima opção para o tratamento da obesidade e dos distúrbios relacionados.

Sedentarismo

O sedentarismo tem sido identificado como um fator de risco para o desenvolvimento de vários tipos de câncer. O sedentarismo frequentemente contribui para o ganho de peso, aumentando, por sua vez, o risco de cânceres relacionados à obesidade, como câncer de mama, cólon e rim. É capaz de comprometer o sistema imunológico, tornando o organismo menos eficaz no combate às células anormais que levam ao desenvolvimento de câncer. Também pode levar a alterações metabólicas que promovem um ambiente propício para o crescimento de células cancerígenas, bem como pode resultar em desequilíbrios hormonais associados a certos tipos de câncer, como câncer de mama e próstata.

Para prevenir o câncer associado ao sedentarismo, é crucial incorporar atividade física regular à rotina e evitar comportamentos sedentários prolongados. Estabelecer uma prática consistente de exercícios, como caminhadas, corridas, natação ou exercícios aeróbicos, pode reduzir significativamente o risco de câncer. Controlar o peso corporal por meio da combinação de dieta saudável e atividade física é outra estratégia eficaz na prevenção do câncer.

Poluição

Substâncias tóxicas presentes no ar, água e solo, como poluentes industriais, produtos químicos agrícolas e poluentes veiculares, podem contribuir para o surgimento de cânceres relacionados à exposição ambiental. Essas substâncias, muitas vezes chamadas de carcinógenos ambientais, penetram o organismo por meio da respiração, ingestão de alimentos contaminados e absorção cutânea.

A implementação de medidas para reduzir a emissão de poluentes industriais, a promoção de meios de transporte mais limpos e a preservação de áreas verdes são componentes importantes na prevenção do câncer relacionado à poluição. Ações individuais e coletivas são essenciais para mitigar os riscos associados à exposição ambiental.

Exposição solar

A exposição excessiva à radiação ultravioleta do sol é uma das principais causas de câncer de pele. Os raios UV danificam o DNA das células da pele, levando a mutações que podem resultar em crescimento tumoral. O uso inadequado de protetor solar e a exposição prolongada ao sol sem proteção aumentam significativamente o risco. Para saber mais sobre o assunto e como se proteger, clique aqui

A prevenção do câncer de pele relacionado à exposição solar inclui o uso adequado de protetor solar, roupas de proteção e evitar a exposição direta ao sol durante os períodos de maior intensidade. Para te auxiliar na proteção solar, oferecemos diversas opções, desde alternativas em creme e cápsulas até proteção do DNA

Distúrbios do sono

Distúrbios do sono, como a privação crônica de sono, impactam negativamente o sistema imunológico e aumentam a inflamação no corpo, contribuindo para condições favoráveis ao desenvolvimento de câncer. A regulação inadequada dos ritmos circadianos também pode interferir nos processos celulares normais e favorecer a proliferação celular descontrolada.

A prevenção de distúrbios do sono envolve a criação de hábitos regulares de sono. Estabelecer uma rotina consistente, criar um ambiente propício ao descanso e evitar hábitos prejudiciais, como o uso excessivo de dispositivos eletrônicos antes de dormir, são algumas das medidas preventivas. Para melhorar a qualidade do seu sono, também há produtos naturais, como o Noite Feliz que promove um sono tranquilo e reparador, diminuindo a insônia e a dificuldade para dormir.

Doenças gastrointestinais crônicas

Doenças gastrointestinais crônicas, como úlceras estomacais e refluxo gastroesofágico, aumentam o risco de câncer no trato digestivo. A inflamação persistente nessas áreas pode causar danos ao DNA celular, predispondo à formação de tumores. 

A prevenção de problemas gástricos crônicos envolve a adoção de hábitos alimentares saudáveis, evitando o consumo excessivo de alimentos picantes, gordurosos e irritantes para o estômago. O tratamento adequado de condições como refluxo gastroesofágico também é essencial. Consultas médicas regulares e o gerenciamento adequado dessas condições são medidas preventivas cruciais.

Em um cenário de desafios crescentes relacionados ao câncer, reconhece-se que a prevenção supera, inquestionavelmente, a remediação. Este entendimento vai além da mera conscientização; ele representa a chave para adotar medidas proativas que não apenas reduzem o risco de incidência, mas também aliviam a carga emocional e financeira associada ao tratamento tardio. A prevenção torna-se um investimento crucial na promoção de um estilo de vida saudável e na construção de um futuro onde o impacto do câncer seja mitigado antes que se torne irreversível.

A prevenção como pilar: A importância do Médico de Família

O atendimento especializado, embora crucial quando o problema já se instaurou, não deve ser o único pilar do cuidado. Conforme observamos, a prevenção é o caminho ideal para evitar os desgastes do tratamento. Transcenda a abordagem reativa e abrace uma cultura de acompanhamento constante para prevenir a manifestação de doenças, especialmente aquelas com impactos significativos, como o câncer. 

No sistema de saúde brasileiro, o acompanhamento clínico pode ser feito através do Sistema Único de Saúde (SUS). Este é o sistema público de saúde do Brasil, criado para garantir o acesso gratuito aos serviços de saúde para uma população diversificada em termos econômicos e geográficos. Financiado pelos governos federal, estaduais e municipais, o SUS oferece uma ampla gama de serviços, desde atendimento básico até procedimentos complexos. 

A porta de entrada para o acesso aos serviços de saúde oferecidos pelo SUS são as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Elas são responsáveis por fornecer atendimento primário, incluindo consultas médicas, vacinação, acompanhamento de doenças crônicas, distribuição de medicamentos básicos e ações de promoção da saúde. 

Dentro desse contexto, ganha destaque o papel crucial do médico de família, também conhecido como médico de referência, figura central na construção de uma rotina de saúde contínua. Este profissional, muitas vezes subestimado, atua como ponto central na coordenação e prestação de cuidados, desempenhando um papel central na prevenção, diagnóstico precoce e gestão integrada da saúde.

A importância do médico de família reside na capacidade de estabelecer uma relação contínua com o paciente, monitorando sua saúde ao longo do tempo e conhecendo não apenas os sintomas presentes, mas também os fatores de risco individuais e o histórico médico completo. Desse modo, o médico de família pode identificar precocemente sinais de alerta, encaminhar para especialistas quando necessário e orientar sobre práticas de vida saudáveis. Essa prática contribui para uma maior continuidade nos cuidados e uma melhor compreensão das necessidades individuais de saúde.

Reconhecer a importância equitativa do médico de família e dos especialistas em câncer é promover uma abordagem de saúde mais abrangente. A prevenção do câncer vai além de exames periódicos, envolve uma compreensão profunda dos hábitos de vida, histórico familiar e fatores ambientais. O médico de família atua como um facilitador nesse processo, construindo um relacionamento de confiança que incentiva o paciente a compartilhar informações relevantes e aderir a práticas preventivas. 

A promoção de uma cultura de acompanhamento constante não apenas reduz os custos associados ao tratamento tardio, mas também eleva a qualidade de vida, transformando o cuidado de saúde em uma jornada colaborativa em direção ao bem-estar duradouro.

Conclusão

Em meio ao desafiador cenário de se deparar com o diagnóstico de um câncer, este texto buscou desvelar as principais causas dessa condição e propor caminhos de prevenção. Do tabagismo à obesidade, a cessação de hábitos prejudiciais e a promoção de uma rotina saudável surgem como estratégias cruciais na prevenção do câncer. 

Nesse contexto, o papel do médico de família é fundamental para a construção de uma rotina de saúde contínua. Essa abordagem envolve uma compreensão profunda do paciente, auxiliando na prevenção, no diagnóstico precoce e na gestão completa da saúde.

Ao reconhecer a importância equitativa de diferentes atores na jornada da saúde, destacamos que a prevenção não é apenas uma medida econômica, mas um investimento crucial na promoção de um estilo de vida saudável. A prevenção emerge como a chave mestra para mitigar não apenas os riscos de incidência do câncer, mas também a carga emocional e financeira associada ao tratamento tardio. 

Assim, vislumbra-se um futuro onde o impacto do câncer é enfrentado e aliviado antes de se tornar irreversível, promovendo uma sociedade mais saudável e resiliente.

Referências

BNDES. Causas de mortes no brasil. 2017. Disponível em: https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/blogdodesenvolvimento/detalhe/Causas-de-mortes-no-Brasil/. Acesso em: 27 nov. 2023.

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GOV.BR. Sistema Único de Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus. Acesso em: 27 nov. 2023.

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Câncer. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Cancer. Acesso em: 27 nov. 2023.